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Crítica BD: Tex – O Homem das Pistolas de Ouro

A vingança é tão poderosa quanto o amor, poucos lhe sobrevivem.

Tex regressa com este tema, nesta nova obra intitulada de “O Homem das Pistolas de Ouro”, neste volume descobrimos que Kit Carson participou na Guerra do México (1846 a 1848), conflito que provocou o caos e mortes irreversíveis. Também aqui, no plano ficcional, essa batalha existiu.

Nesta trama ficamos a conhecer um homem de más maneiras, com um igual grupo violento ao seu encargo, Juan “Golden Guns” Gonzales, foi um dos intervenientes na Guerra do México, liderou vários saques obscuros, quando um grupo de Rangers apanhou o seu bando e decidiu servir essa exata justiça sem lei, Juan escapou ao enforcamento e prometeu voltar para vingar os seus.

Ainda que com pouco espaço para desenvolvimentos e reviravoltas, Pasquale Ruju apresenta um rol de personagens convincentes, é exímio em apresentar uma personagem maléfica com carisma, que não nos deixa indiferentes e sobre a qual, gravita todo o enredo. Adicionando flashback´s à história que nos fazem retroceder 20 anos no tempo, para melhor compreendermos quais os acontecimentos que alimentaram o ódio a Kit Carson e a Tex Willer, não só pelo que são, mas pelo que representam.

A editora, A Seita, continua assim esta coleção que nos traz histórias de Tex autocontidas, criadas para o formato franco-belga e a cores, mantêm-se excelentes na edição, tal como em “A Chicotada”, este livro apresenta uma capa dura (e diferente em relação à edição original italiana), bom papel, boa qualidade na encadernação e impressão e, para além disso, os extras do livro têm uma ilustração inédita e exclusiva, um texto de Pasquale Ruju e um conjunto de esboços de Guéra. Tudo muito atrativo.

As ilustrações são, igualmente, apelativas ao olhar do leitor. Quer na caracterização das expressões do enredo, quer na linguagem corporal dos animais e ambientes. Guéra brilha com o seu talento. As cenas de ação, transmitem impressões cinematográficas, imprimindo aos seus desenhos uma noção de movimento e de urgência, naturais ao universo Western.

O uso dinâmico entre vinhetas de vários tamanhos também é de saudar.

Os senãos residem na superficialidade do conto, demasiado típico e pouco surpreendente, mereciam uma maior densidade psicológica e emocional. É uma leitura direta, sem lufadas de ar fresco na sua narrativa.

O thrill mora na arte visual, talvez no próximo capítulo o texto se vingue. Esperemos.

Nascido em 1962, Pasquale Ruju entra na equipa de autores de Dylan Dog em 1995, e estreia-se na série mensal em Maio de 1997. Em seguida, escreve para Nathan Never, Martin Mystère e Tex, série onde se irá estrear em 2004. Firma-se na série a partir de 2010, e é desde há uns anos um dos autores mais prolíficos de Tex.

R. M. Guéra nasceu em Belgrado em 1959. Estreou-se na indústria da BD jugoslava em 1982. Desde 1991 que vive e trabalha em Barcelona. Chegou à fama mundial com Scalped,que realizou com Jason Aaron para a Vertigo. Depois de ter desenhado este Tex, Guéra juntou-se de novo a Jason Aaron para desenhar a nova e apreciada série Os Malditospara a Image Comics (editada em Portugal pela G. Floy).

Autor: Pasquale Ruju
Ilustração: R. M. Guéra
Género: 
Banda desenhada, Western
Editora: 
A Seita

Argumento: 7
Arte: 9
Legendagem: 8
Veredito final: 8

 

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