Crítica BD – O Seu Nome é Banksy
A Iguana é a nova editora da Penguin Random House Grupo Editorial Portugal. Vai dedicar-se, em exclusivo, a banda desenhada, biografias ilustradas e novelas gráficas.
Chega-nos então às mãos: “O seu nome é Banksy”, de Francesco Matteuzzi e Marco Maraggi, tem como protagonistas do enredo um rapaz e uma rapariga, apaixonados pela arte urbana, refazem e imergem o leitor na história de Banksy como se fosse um documentário, desde as primeiras obras do artista até aos seus últimos trabalhos.
O encontro desta dupla é inesperado, ela procura e ele é procurado, aliados tornam-se os porta-vozes dos movimentos estéticos e políticos de Banksy.
A espinha dorsal da história é desenhada pela relação entre os dois, condenados a trabalho comunitário (pintar de fresco paredes “sujas” com arte de rua) por serem apanhados a grafitar. A conversa e a obra nascem daí…
Na ilustração encontramos cores saturadas e close ups constantes, sem mostrar as obras de Banksy, fica a pergunta sobre a razão de isto acontecer, talvez devido a diretos ou de forma a instigar a curiosidade no leitor.
A narrativa perde muitos pontos em contacto com o desenho, a prosa tem momentos preguiçosos, cuja repetição não está a par com o ritmo frenético e encantador das imagens.
Em suma, este livro consegue ser uma boa aula sobre Banksy e sobre todo o mistério que envolve uma personagem tão carismática e com tanta repercussão na cultura pop e na atualidade. A quebra da quarta parede e a interrogação direta a quem segura o livro, é um gesto surpreendente, contudo era necessária mais ação direta para que letra da obra se mantivesse a par com a figura da obra.
Autor: Francesco Matteuzi
Ilustração: Marco Miraggi
Género: Documentário, Arte Urbana
Editora: Iguana
Argumento: 6
Arte: 9
Legendagem: 7
Veredito final: 8
Atriz e professora. Da marginalidade à pureza gosto de sentir tudo. Alcanço o clímax na escrita. Sacio-me com a catarse no teatro. Adiciona-se uma consola, um lightsaber, eye makeup quanto baste e estou pronta a servir.*De fundo ouve-se Fix of Rock’n’Roll, de The Legendary Tigerman*