Crítica BD – A Raposa e o Pequeno Tanuki Vol.4

A Midori Editora continua a lançar esta incrível história de Mi Tagawa. São mais 200 páginas de uma narrativa muito interessante para os mais novos e para os mais graúdos.

Nesta quarta entrada da série, Senzou e Manpachi realizam com sucesso as tarefas e desejos pedidos pelos deuses, terminando assim a demanda e podendo finalmente descansar. Senzou descobre o que é a paz de espírito e continua a seguir e a cuidar de Manpachi, enquanto o mesmo explora o que é crescer. Porém, como todos os bons enredos, os conflitos não adormecem por muito tempo, cedo regressam para nos desafiar a responder.

Espera-se um percurso de aprendizagem para ambos, numa trama que permanece tocante, e de ilustração soberba. A autora, Mi Tagawa, é conhecida pelas ilustrações naturalistas que faz das tradições nipónicas, e isso nota-se não só nalgumas ilustrações do livro, como no traço e composição gráfica da obra. Esta fábula onde os animais falam, protegem e são arautos de deuses é uma leitura deliciosa, daquelas que terminamos com um sorriso e com um sentir distinto.​

Independentemente das suas personalidades mais marcadas, as personagens prosseguem, redimindo-se de atos passados, atuando honestamente no presente e projetando-se unidas no futuro. Esta obra coloca em destaque a nossa capacidade de redenção, não omitindo as dores de crescimento e as birras para lá chegarmos.

“A Raposa e o Pequeno Tanuki” prossegue demonstrando que nos tempos sombrios permanece o canto. É uma dádiva poder acompanhar um conto que homenageia com empatia tudo o que por nós passa.

Mi Tagawa é uma mangaka japonesa com vários livros publicados, tais como A Raposa e o Pequeno Tanuki (Korisenman / こりせんまん), Chichikogusa / ちちこぐさ ou Mugi no Mahoutsukai / 麦の魔法使い.

Autor: Mi Tagawa
Ilustração: Mi Tagawa
Género: Manga, Fantasia
Editora: Midori
Argumento: 8
Arte: 9
Legendagem: 6
Veredito final: 8

Raquel Rafael

Atriz e professora. Da marginalidade à pureza gosto de sentir tudo. Alcanço o clímax na escrita. Sacio-me com a catarse no teatro. Adiciona-se uma consola, um lightsaber, eye makeup quanto baste e estou pronta a servir.*De fundo ouve-se Fix of Rock’n’Roll, de The Legendary Tigerman*