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Cinema: Crítica – Jackie (2016), é para o Óscar?

jackieNada melhor do que um bom biopic para sabermos que os Óscares se avizinham… Não sei quem é o vosso médico, mas para mim é a receita perfeita. Podem acusá-los de serem isco para Óscar, mas quando vêm com a entrega certa, conseguem ser das peças cinematográficas mais fascinantes que podemos pisar num chão cheio de brinquedos desarrumados.

Mais importante ainda, se subirem a um certo nível, têm mesmo o poder de mudar ou pelo menos, de entrar a romper com um tom de conversa único. Oliver Stone é perito nesta arte e um dos seus pilares é o épico JFK, que em 1991, não só trouxe o mistério do assassinato do Presidente Kennedy de volta à praça pública como forçou o Governo a tornar públicos 3.000 documentos nunca antes vistos (a data está para marcada para o próximo dia 26 de Outubro).

Diferente de Stone com JFK, o chileno Pablo Larraín toma uma posição mais focada e restringida ao observar a então-Primeira Dama Jacqueline “Jackie” Bouvier nos dias que se seguiram ao assassinato em Dallas – vista aqui na pele de uma hipnotizante Natalie Portman, no que é, talvez, a sua melhor presença num ecrã do tamanho que escolherem.

Independentemente dessa vossa escolha, acreditem no trabalho de Portman aqui. Ela complementa que nem uma luva de Jackie a melancolia e as feridas com que esta personagem vive, abraçada pelo estilo preciso e natural com que Larrain roda o filme – com uma impecável fotografia em 16mm de Stéphane Fontaine.

Como se isso não bastasse, os tons sombrios e assustadoramente solitários de Mica Levi acompanham o filme como uma cola imprescindível – o truque está no seu minimalismo que permite dar mais ao filme do que qualquer outra tempestade de instrumentos de memória recente.

Voltando a Natalie Portman, o seu poder é tanto que seria quase impossível termos um elenco secundário que conseguisse resistir à sua presença magnética. Como ímanes, seja Greta Gerwig ou Peter Saarsgard, todos se juntam a Portman numa sintonia perto do perfeito.

E, no que é uma excelente canção de despedida, John Hurt junta-se a este jogo de cartas extraordinário e mostra-se como um verdadeiro Rei perante a Rainha que é Portman, com uma frágil (mas poderosa) presença.

É raro encontrar um biopic que se vista tal e qual como o seu objeto de estudo. Jackie é um brinquedo raro. Especial. Não o deixem no meio do chão ou numa prateleira a apanhar pó.

PS: Pilhas mais-que-incluídas. Peças não vendidas em separado.

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Tiago Laranjo


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